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The BRIEF

Tensões geopolíticas atrasam instalação de cabos submarinos do Google e Meta

Tensões políticas e o aumento da violência na região têm atrapalhado a expansão da rede submarina de cabos de internet, causando lentidão e preços elevados.

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

schedule18/11/2025, às 18:00

Grandes projetos de cabos submarinos de internet programados para passar pelo Mar Vermelho não foram concluídos conforme o planejado ou estão sofrendo atrasados, impactando a expansão da infraestrutura global, de acordo com informações reveladas pela Bloomberg na segunda-feira (17). Iniciativas de Meta e Google estão entre as afetadas.

Rota mais direta e econômica para conectar a Europa à África e Ásia, a região é responsável por cerca de um quinto do tráfego global de internet. No entanto, uma série de conflitos vem aumentando os riscos de segurança na área, atrapalhando as construções e a manutenção das redes existentes.

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Trabalhos suspensos no Mar Vermelho

Liderada pela Meta, a iniciativa 2Africa abrange um sistema de 45.000 km de cabos submarinos contornando o continente africano para distribuir conexão de alta velocidade. Sofrendo com problemas no Mar Vermelho, ela permanece inacabada há cinco anos, segundo a reportagem.

  • Já o sistema Blue-Raman, do Google, foi desenvolvido para contornar o Egito, ligando Europa e Índia em uma rota via Jordânia e Israel, que também depende de conexões secundárias nas áreas de risco e por isso teve o trabalho interrompido;
  • O relatório aponta riscos de segurança para navios e tripulações como a causa principal das paralisações;
  • Um porta-voz da dona do Faceboook mencionou “fatores operacionais, preocupações regulatórias e risco geopolítico” ao comentar sobre a não conclusão do projeto, enquanto a gigante das buscas não forneceu maiores detalhes;
  • Os conflitos no Mar Vermelho afetaram, ainda, sistemas de cabos submarinos como Africa-1, India-Europe-Xpress e Sea-Me-We.
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O projeto 2Africa, que tem a participação da Meta, é um dos afetados. (Imagem: Meta/Divulgação)

Ataques de mísseis lançados pelos rebeldes Houthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, fizeram com que o trabalho de navios carregando especialistas na instalação e reparo dos cabos paralisasse várias vezes nos últimos dois anos. Essas ações também atingiram navios cargueiros, que precisaram buscar rotas alternativas.

Em meio às tensões geopolíticas, a expansão da rede que cruza a região depende de permissão das facções que controlam o estreito. Mas devido ao alto número de envolvidos, as negociações costumam demorar um longo tempo.

Em busca de alternativas

Meio mais rápido de transmissão de dados entre continentes, os cabos de fibra óptica no fundo do mar são responsáveis por aproximadamente 95% do tráfego de internet mundial. Danos causados a eles, associados à falta de manutenção e a não expansão resultam em quedas de conexão, lentidão e preços elevados.

Países com baixa oferta de conectividade são os maiores afetados pelas dificuldades de operação no Mar Vermelho, fazendo as gigantes da tecnologia e operadoras buscarem alternativas. Diante disso, algumas empresas planejam investir em rotas terrestres.

Considerados caros e inviáveis no passado, caminhos que cruzam o Bahrein e a Arábia Saudita, contornando a área conflituosa, já surgem como opções viáveis. Até mesmo uma rota pelo Iraque, historicamente arriscada, não foi descartada.

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