Os modelos mais novos de iates, assim como todos os veículos modernos, possuem vários gadgets e aplicações conectadas em rede, sejam em seus próprios dispositivos internos ou ligados via Internet das Coisas (Internet of Things — IoT). Como sabemos, tudo o que pode ser acessado via internet também pode ser hackeado. É o que demonstrou um estudo da Kaspersky recentemente.
Dados trocados em rede podem ser facilmente interceptados por meio do roteador
O painel de bordo pode vir com serviço de tráfego de embarcações, sistema de identificação e piloto automático, receptores de GPS, câmeras, sondas de profundidade, controle e monitoramento do motor, entre outras coisas. Uma vez que eles se comunicam por rede e podem ser controlados por um dispositivo externo, como um smartphone, alguma pessoa mal-intencionada poderia dominar facilmente o navio.
E foi isso que o pesquisador Stephan Gerling, do The Rosen Group comprovou. Ele abriu um aplicativo para iates em um tablet, um telefone e via desktop e acessou um roteador, que teve suas configurações baixadas em um arquivo XML com as credenciais, SSID e senha do WiFi. Uma vez transmitido via protocolo FTP aberto, ele observou que esses dados poderiam, então, ser facilmente interceptado por hackers — que, por sua vez, poderiam, por exemplo roubar links HTTP, exibições de áudio ou vídeo ou qualquer gadget conectado.
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Gerling também revelou um acesso root no sistema operacional para que os programadores possam oferecer suporte remoto às contas dos usuários. E isso pode ser uma potencial brecha para invasores. Como a maioria dos usuários de iates compram toda a rede já pronta e raramente se dedicam a fazer ajustes por conta própria, o perigo aumenta.
Depois dessa apresentação, alguns vendedores até distribuíram um patch para trocar o protocolo FTP por um SSH e aumentar a segurança. Mas o atalho para desenvolvedores permaneceu no roteador. Dado o fato de que muitas celebridades e executivos de negócios milionários usam embarcações de luxo, essa, segundo Gerling, deveria ser uma questão levada mais a sério pela indústria.
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