A Polícia Civil de São Paulo prendeu um “especialista” em roubo e desbloqueio de celulares na última segunda-feira (31). Os policiais conseguiram chegar ao suspeito após identificar sua participação em um roubo e solicitaram um mandado de prisão, cumprido por agentes da 1ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat) e do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
O acusado foi preso em um imóvel localizado no centro da capital, no bairro República. Esse esconderijo era uma espécie de laboratório do crime, no quarto andar de um apartamento, e servia para extrair os dados dos proprietários dos aparelhos, resetar o celular, e comercializá-lo fora do país.
Esse imóvel era protegido por câmeras de segurança, que alertaram o criminoso sobre a chegada dos policiais. O suposto especialista atirou parte dos objetos apreendidos pela janela para tentar se livrar das evidências, mas foram encontradas pelos agentes de segurança no telhado do imóvel ao lado.
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Notebook com software específico
Dentre os itens apreendidos pelos policiais, foram encontrados nove celulares e 16 chips de aparelhos telefônicos, na qual parte desses objetos era roubado. Além disso, outro grupo de policiais foi até uma garagem no bairro Campos Elíseos, registrada no nome do acusado, e apreenderam dois veículos, incluindo um modelo.
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Um notebook também foi apreendido pelas autoridades, e nele foi encontrado um software específico para realizar todo o processo de reset dos smartphones. A polícia não revelou o nome do programa, mas aponta que é um aplicativo usado para retomar os dispositivos para suas configurações de fábrica, como se fossem novos, para deixá-los limpos para a venda no exterior.
Fora esses itens utilizados na preparação dos crimes, foram apreendidos cartões de crédito, documentos, cartões de memória, chaves de veículos, cartões de estacionamento e relógios inteligentes.
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Polícia aperta o cerca contra desbloqueio
Essa não é a primeira vez que a polícia de São Paulo atua na quebra de esquemas criminosos como esse. Em fevereiro de 2024, os policiais prenderam em flagrante oito homens acusados de realizar o desbloqueio de smartphones na rua do Glicério, no bairro da Sé.
Poucos meses depois, em abril, os agentes fecharam um laboratório especializado na prática, e prenderam três homens na capital. Junto aos acusados, também foram apreendidos 62 celulares e um notebook.
O método dos criminosos varia, mas envolve parceiros para realizar o furto dos aparelhos, que são passados para especialistas em reset e preparação dos dispositivos. Muitas vezes os celulares são colocados em caixas parecidas com as originais e vendidas no próprio mercado cinza brasileiro, enquanto outros grupos preferem realizar a venda em países vizinhos, com menos fiscalização.
Para mais informações sobre os feitos da polícia e o cenário de roubos de smartphones, basta ficar ligado no site do TecMundo. Inclusive, recentemente os agentes prenderam o dono de uma fintech acusado de lavar dinheiro para o PCC.
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