- Atualização (14/06): Na rede social X, o perfil “Azael ハデス” afirma que o alvo da Polícia Federal não corresponde ao principal autor dos ataques. Em retaliação ao movimento, ele também teria realizado um ataque DDoS ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). O TecMundo buscou contato com o perfil do X, que afirmou “nunca invadi ou ataquei qualquer servidor da área da saúde e sou contra quem pratica esse tipo de ação”. Seguiremos cobrindo o caso
Há meses que o TecMundo e diversos veículos noticiosos brasileiros recebem avisos de ataques realizados por um cibercriminoso chamado Azael — avisos estes feitos pelo próprio. Semanalmente, Azael gritava aos quatro cantos do mundo o quão poderosas eram suas ferramentas de ataques de negação de serviço (DDoS). Sua busca incessante por atenção, misturada com ataques a jornalistas que se negavam a publicar suas ações, foi finalmente notada: Azael teria sido preso pela Polícia Federal durante a Operação Timeout, na última terça-feira (10).
O modus operandi de Azael e sua “tropa” envolvia tentativas de ataques para derrubar acessos em sites e tirá-los do ar. Os sucessos nunca foram claramente aferíveis e, exatamente por isso, não entraram no ciclo noticioso.
- Existe um nicho de cibercriminosos que busca a fama, o palco e o status. Exploramos o assunto na matéria “Cibercrime e o espetáculo por reconhecimento: uma entrevista com Lapsus”
Por outro lado, os ataques aconteceram. Entre as instituições que eram alvo, estavam o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), a Petrobras e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O TecMundo recebeu com exclusividade a imagem de um suposto mandado de prisão para “R.B.B.”, nascido em 1990 e identificado como o possível “hacker Azael” no mesmo. Além disso, o mandado nota que o alvo atuaria ao lado de outras pessoas, que seriam integrantes da “Tropa do Azael”.
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Os alvos da Operação Timeout podem responder por quatro crimes diferentes. Entre eles, as acusações de interrupção ou perturbação de serviço telemático e de invasão de dispositivo informático. Eles também podem ser indiciados pelos crimes de associação criminosa e divulgação de dados obtidos ilegalmente, conforme as ordens judiciais expedidas pela 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal.
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Operação Timeout
Realizada nos estados de São Paulo e Paraná, além do Distrito Federal, a Operação Timeout da Polícia Federal incluiu o cumprimento de dois mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão. Os investigados seriam responsáveis por ciberataques ocorridos entre setembro do ano passado e abril deste ano.
- Leia tudo sobre aqui: Grupo que realizou ataques contra sites do STJ, CNJ e Petrobras é alvo de operação da PF