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Governo da Argentina divulga criptomoedas após ataque hacker

A conta da Polícia Federal da Argentina no X foi um dos alvos dos ataques, passando a promover o criptoativo MIRA até ter o controle recuperado.

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

30/09/2025, às 09:00

Governo da Argentina divulga criptomoedas após ataque hacker

O site do Ministério da Saúde da Argentina e o perfil oficial da Polícia Federal do país vizinho (PFA) no X divulgaram criptomoedas suspeitas ao longo do fim de semana após serem alvos de ataques cibernéticos, Os dois incidentes estão em investigação pelas autoridades locais.

Conforme noticiou o Livecoins nesta segunda-feira (29), as duas campanhas maliciosas ocorreram simultaneamente, indicando que o autor pode ser o mesmo, embora não haja informações sobre a identidade dos invasores. Uma delas promovia uma suposta “moeda digital oficial da Argentina”.

Quais criptomoedas foram promovidas?

Na página hackeada do Ministério da Saúde argentino era divulgado o Sommer Token, apresentado como um criptoativo oficial. “Uma iniciativa revolucionária do governo nacional para estabilizar a economia, combater a inflação e democratizar o acesso às finanças digitais para todos os argentinos”, dizia o falso comunicado.

  • O texto, já removido do site, também citava que a iniciativa era 100% apoiada pelo governo e prometia uma transferência de 1.000 tokens para os novos usuários;
  • Por sua vez, a invasão ao perfil oficial da Polícia Federal da Argentina no X permitiu a divulgação de uma criptomoeda chamada MIRA;
  • Controlada pelos hackers, a conta trazia um vídeo com pouco mais de 30 segundos de duração apresentando o criptoativo e igualmente prometendo uma recompensa para quem investisse nele;
  • O tweet feito pelos invasores chamou a atenção dos seguidores da PFA na rede social, mas foi deletado pouco tempo depois.

“A Polícia Federal Argentina informa que a conta oficial desta instituição na rede social X foi alvo de um ataque cibernético internacional, cujo propósito foi manipular a identidade institucional e difundir mensagens indevidas”, alertou a entidade, após recuperar o acesso. Para tanto, a equipe de cibersegurança precisou ser acionada.

No texto, a PFA afirma, ainda, que tomou as medidas necessárias para identificar os cibercriminosos responsáveis pela invasão, prometendo punir os autores. Por sua vez, o Ministério da Saúde disse que a página hackeada não é utilizada há anos e também deu início às investigações.

Colapso de criptomoeda divulgada por Milei

A invasão ao site do Ministério da Saúde e ao perfil da PFA reacendeu o debate sobre o colapso da $LIBRA, criptomoeda promovida pelo presidente da Argentina, Javier Milei. Em fevereiro deste ano, ele divulgou a memecoin na rede social de Elon Musk, impulsionando o valor do ativo digital.

Inicialmente avaliada em US$ 0,01 (R$ 0,05 na cotação atual), a criptomoeda chegou a valer US$ 5 (R$ 26) após o tweet, colapsando horas depois, gerando perdas milionárias, exceto para os desenvolvedores. O caso levantou suspeitas de golpe e surgiram acusações de esquema de pirâmide contra Milei.

Uma comissão foi criada para investigar o escândalo, mas acabou dissolvida pouco tempo depois pelo governo argentino. Já as vítimas abriram uma ação civil por fraude nos Estados Unidos.

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Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.