A Marinha da Itália confirmou esta semana que planeja construir um porta-aviões movido a energia nuclear, modernizando a sua frota e entrando para o seleto grupo de países que possuem embarcações desse tipo. A fase de estudos do projeto está prevista para começar em 2026.
Intitulado “Portaerei di Nuova Generazione”, ou “Porta-aviões de Nova Geração”, o conceito também inclui um sistema de lançamento eletromagnético de aeronaves (EMALS), como indicam os documentos divulgados recentemente. Além disso, pode se tornar o primeiro do mundo compatível com os futuros caças de sexta-geração da Força Aérea americana.
Propulsão nuclear, drones e mais
Planejando aumentar suas capacidades de operação, a Marinha italiana quer desenvolver um navio-aeródromo nuclear para reforçar sua posição no Mediterrâneo, seguindo o mesmo caminho da França, que recentemente iniciou a construção da maior embarcação do tipo na Europa. Os esforços fazem parte do programa “Minerva”.
- A iniciativa, lançada em 2023 pela Diretoria de Armamentos Navais, prevê o uso de reatores navais com capacidade para produzir 30 MW de energia, cada;
- Com esse sistema, será possível reduzir a dependência dos combustíveis convencionais, aumentar a resistência da embarcação e a flexibilidade operacional, segundo o projeto;
- De tamanho reduzido, os reatores também devem permitir a otimização do espaço interno, liberando o transporte de cargas maiores de munições e combustível para os caças;
- Já o citado mecanismo de catapultas eletromagnéticas substituirá o tradicional, a vapor, sendo capaz de lançar aeronaves maiores e mais pesadas.
A partir desta última característica, o futuro porta-aviões nuclear da Itália teria a capacidade de receber os jatos militares de sexta geração em desenvolvimento pelos EUA. O caça F-35C é outra possibilidade mencionada por especialistas, além do F35-B atualmente em uso pelos militares do país.
O navio de guerra também poderá operar lançamentos de drones para missões de ataque, reconhecimento e vigilância, se adaptando às novas estratégias de combate. Tecnologias como proteção cibernética avançada, radares de última geração e armas de energia direcionada são outras que deverão estar presentes.
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Cronograma indefinido
No momento, não há um cronograma definido pelas autoridades italianas. Foi divulgada somente a fase de estudos iniciando no ano que vem e há uma série de obstáculos que podem atrasar o desenvolvimento, como custos elevados, dependência de pessoal especializado e discussões sobre a viabilidade do projeto.
Analistas apontam que, em caso de aprovação do conceito, o projeto ambicioso começaria a ser construído somente depois de 2030. Já a entrada em serviço aconteceria no final da próxima década ou a partir de 2040 em diante.
O interesse da Itália na propulsão nuclear naval não é recente. Nos anos 1950, o país anunciou o submarino nuclear Guglielmo Marconi, alimentado por um reator de 30 MW baseado em modelos americanos, mas a iniciativa foi deixada de lado, na década seguinte, após o fim da cooperação com os EUA.
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