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Segurança

China acusa EUA de roubar R$ 68 bilhões em bitcoins durante operação

Caso que aconteceu em 2020 envolveu ataque hacker a pool de mineração chinês; governo norte-americano nega ação ilegal.

Avatar do(a) autor(a): Nilton Cesar Monastier Kleina

schedule12/11/2025, às 12:30

China acusa EUA de roubar R$ 68 bilhões em bitcoins durante operação

O governo chinês acusou formalmente os Estados Unidos de roubar uma enorme quantidade de dinheiro em criptomoedas de um pool de mineração do país asiático. O suposto crime foi detalhado em um relatório técnico da agência de cibersegurança nacional.

De acordo com o documento, hackers contratados ou envolvidos diretamente com os EUA teriam sido os responsáveis por roubar 127 mil bitcoins de um grupo de mineradores de criptomoedas.

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Atualmente, esse valor gira em torno de US$ 15 bilhões (ou R$ 68 bilhões em conversão direta) e estaria em posse do Departamento de Justiça do país. A briga é mais um entre os vários capítulos da disputa envolvendo os dois países, que recém assinaram a flexibilização de algumas das tarifas comerciais recíprocas.

Conheça o caso LuBian

O governo chinês diz que o incidente, ocorrido há cinco anos — um dos maiores roubos de criptomoedas da China —, foi uma entre várias operações de cibersegurança envolvendo os EUA contra o país asiático disfarçadas de ações de combate ao crime.

  • Em 29 de dezembro de 2020, o pool de mineração chinês LuBian foi invadido e as pouco mais de 127 mil bitcoins foram roubadas;
  • O dono da fortuna seria Chen Zhi, presidente de um grupo de origem cambojana chamado Prince Group — e acusado pelo governo dos EUA pelo envolvimento em um esquema de fraude envolvendo criptomoedas;
  • Segundo o relatório chinês, a tecnologia de invasão utilizada é bastante avançada e típica de atores diretamente ligados a nações. Já empresas de criptomoedas independentes alegam que o caso envolveu a exploração de uma falha na segurança da plataforma, especificamente na geração de números aleatórios atribuídos às carteiras;
  • Zhi tentou por dois anos solicitar o retorno do dinheiro, inclusive oferecendo o pagamento de um resgate, mas nunca teria obtido uma resposta;
  • Na metade 2024, o dinheiro foi movido pela primeira vez e passou para novas carteiras virtuais. Um levantamento da empresa de blockchain Arkham identificou elas como "controladas pelo governo estadunidense", mesma conclusão do documento chinês.

A Casa Branca não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Em um comunicado já antigo enviado ao The Street, o governo alega que a apreensão das bitcoins de Chen Zhi foi uma ação policial e de aplicação da lei, já que os fundos seriam de procedência criminosa. Porém, ele não confirma como confiscou esse dinheiro e nem se eles são mesmo os ativos digitais da LuBian.

Esse não é o único caso de confisco de criptomoedas originárias de possíveis operações criminosas envolvendo o governo dos EUA. Atualmente, o país tenta também a liberação de quase 70 mil bitcoins (quase R$ 38 bilhões) pertencentes ao site Silk Road, um comércio eletrônico da dark web.

 

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