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Ciência

“Terremotos” em Marte podem ser sinal de água subterrânea, diz estudo

Sonda enviada ao Planeta Vermelho detectou tremores que, segundo pesquisadores, podem ser indícios de reservatórios de água no interior de Marte

07/07/2019, às 14:00

“Terremotos” em Marte podem ser sinal de água subterrânea, diz estudo

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Pesquisa publicada na revista Geophysical Research Letters e realizada a partir de informações do interior de Marte obtidas por meio da sonda InSight, da NASA, sugere que pode haver água subterrânea no Planeta Vermelho. A sonda, que foi lançada em maio de 2018 e aterrissou em Marte em novembro do mesmo ano, registrou "martemotos" — tremores semelhantes a terremotos.

Detectadas a partir de um sismógrafo, o SEIS, as movimentações podem ser úteis para se compreender o que há no interior do planeta. Segundo o cientista planetário da Universidade da Califórnia Michael Manga e os demais pesquisadores, esses tremores registrados em Marte são semelhantes aos detectados nos estados de Oklahoma e Texas, nos Estados Unidos.

Semelhanças e diferenças

Nesses locais, têm sido percebidos terremotos que podem ser induzidos pelo fracking — ou fraturamento hidráulico. A técnica consiste na extração de gases ou óleos de rochas profundas a partir da injeção de fluidos, o que leva ao aumento da pressão. O resultado é a expulsão e a coleta do material. Essa prática gera fragmentação das rochas.

Em Marte, em vez do fracking, a teoria é de que pode existir reservatórios de água subterrânea comprimidos graças às baixas temperaturas. Segundo Michael Manga, camadas superiores de água podem estar congeladas, comprimindo a água subterrânea ainda líquida. Dessa forma, essa água sob pressão pode exercer influência sobre os "terremotos".

Outros possíveis "gatilhos"

Porém, esse não é o único fator apontado na pesquisa. Os cientistas sugerem que devem existir outras explicações para os "martemotos". Dois "gatilhos" para as movimentações, de acordo com os pesquisadores, podem ser a influência da lua de Marte, Phobos, e a mudança na pressão barométrica causada a partir do resfriamento e do aquecimento da atmosfera marciana. Caso a teoria defendida na pesquisa esteja correta, futuramente pode ser possível que, ao fazer perfurações, a água jorre sozinha por conta da pressão.


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