menu
Tecmundo
Internet

Meta priorizou lucro ao invés de segurança de crianças em seus produtos de VR

Em audiência, ex-pesquisadores da Meta acusaram a empresa de proibir pesquisas acerca dos riscos das plataformas de VR para crianças

Avatar do(a) autor(a): Igor Almenara Carneiro

10/09/2025, às 11:00

Meta priorizou lucro ao invés de segurança de crianças em seus produtos de VR

A Meta foi alvo de duras críticas no Senado dos Estados Unidos após ex-pesquisadores da companhia afirmarem que a empresa priorizou o lucro em detrimento da segurança em sua plataforma de realidade virtual. O depoimento ocorreu na última terça-feira (9), durante uma audiência do subcomitê de privacidade e tecnologia.

Um dos ex-pesquisadores, Cayce Savage, declarou que a Meta “não é confiável” quando fala sobre a segurança e o uso de seus próprios produtos. Segundo ele, a companhia teria interrompido estudos internos que mostravam que crianças utilizavam os dispositivos de VR e eram expostas a conteúdo sexual explícito. 

Savage relatou ainda casos em que menores sofreram bullying, assédio sexual e até foram solicitados a enviar fotos íntimas.

A audiência também contou com a presença de Jason Sattizahn, pesquisador do Meta Reality Labs. Em um dos momentos, a senadora republicana Marsha Blackburn (Tennessee) perguntou se ele se surpreendia com a possibilidade de o chatbot da Meta interagir com crianças em contextos delicados. Sattizahn respondeu negativamente.

Um celular com a logo da Meta, atrás de um fundo com um sinal de aviso em vermelho.
Ex-pesquisadores da Meta dizem que a empresa não é confiável quando fala sobre segurança de seus produtos. (Fonte: Getty Images)

Denúncias internas

As declarações fazem parte de uma denúncia publicada pelo Washington Post na segunda-feira (8), baseada em relatos de atuais e ex-funcionários da Meta. Eles alegam que os pesquisadores eram instruídos a não investigar de forma aprofundada como a tecnologia de VR poderia ser nociva para crianças. Dessa forma, a empresa poderia sustentar publicamente que não tinha conhecimento sobre os riscos.

Resposta da Meta

Um porta-voz da Meta negou as acusações, alegando que as informações foram extraídas de documentos internos “selecionados para construir uma narrativa falsa”. O representante acrescentou que não havia qualquer proibição para conduzir pesquisas sobre o uso da plataforma por menores de idade.

Quer acompanhar as próximas movimentações do caso e outras notícias sobre tecnologia, segurança digital e redes sociais? Siga o TecMundo no X, Instagram, Facebook e TikTok.



Redator de tecnologia desde 2019, ex-Canaltech, atualmente TecMundo e um assíduo universitário do curso de Bacharel em Sistemas de Informação. Pai de pet, gamer e amante de músicas desconhecidas.